sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Boa noite


"O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade."

Clarice Lispector

sábado, 21 de janeiro de 2012

Regional de Bimba


A capoeira regional foi criada por Mestre Bimba (em Manuel dos Reis Machado, (1900-1974)
Bimba criou sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Inicialmente, Bimba chamou sua capoeira de “Luta regional baiana”, de onde surgiu o nome regional.
Manoel dos Reis Machado, conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues, e inclusive, ser um exímio praticante da capoeira Angola, procurou fazer com que a capoeira tivesse uma maior força como luta e fez isto incorporando a ela novos golpes. Um fato que é conhecido, é de que Bimba teria incorporado golpes do batuque, uma luta já extinta, que era rica em golpes traumáticos e desequilibrantes. Inclusive, sabe-se que o pai de Mestre Bimba era praticante desta luta.
Há muita discussão também sobre se Bimba teria ou não absorvido golpes de outras lutas, como judô, o jiu-jitsu, a luta livre e o savate, luta de origem francesa, para compor sua capoeira Regional. Entre os velhos mestres, essa é a opinião vigente, mas, apesar disso, eles não acham que este fato seja negativo ou descaracterizador.
A Regional surgiu por volta de 1930. Mas Mestre Bimba se preocupou não só em fazer com que a capoeira fosse reconhecida como luta, ele também criou o primeiro método de ensino da capoeira, as “sequências de ensino” que auxiliavam o aluno a desenvolver os movimentos fundamentais da capoeira.
Em 1932, foi fundada por Mestre Bimba a primeira academia de capoeira registrada oficialmente, em Salvador, com o nome de “Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia”.
Das muitas apresentações que Mestre Bimba fez, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953, para o então presidente Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: “A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional.”
Na academia de Mestre Bimba, a rigorosa disciplina que vigorava determinava três níveis hierárquicos: “calouro”, “formado” e “formado especializado”. Uma das maiores honras para um discípulo era poder jogar Iúna, isto é, jogar na roda de capoeira ao som do toque denominado Iúna, executado pelo berimbau. O jogo de Iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de Iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos no ritual da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe ligado no desenrolar do jogo, além do fato de destacar-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de Iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.
A Regional é mais recente, com elementos fortes de artes-marciais em seu jogo. A Regional (Luta Regional Baiana) tornou-se rapidamente popular, levando a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então como um marginal. Seu jogo é mais rápido, mas também existem jogos mais lentos e compassados. Apesar do que muitos pensam, na capoeira regional não são utilizados saltos mortais, pois um dos fundamentos da capoeira regional, segundo Mestre Bimba é manter no mínimo uma base ao solo (um dos pés ou uma das mãos). O forte da capoeira regional são as quedas, rasteiras, cabeçadas.
Em toques rápidos como São Bento Grande de Bimba se faz um jogo mais rápido, porém sempre com manobras de ataque e defesa (importante ressaltar que todos os golpes devem ter objetivo), mas sempre respeitando o camarada vencido (parar o golpe se perceber que ele machucará o parceiro, mostrando assim sua superioridade e humildade diante do camarada). Ambos os estilos são marcados pelo uso de dissimulação e subterfúgio – a famosa mandinga – e são bastante ativos no chão, sendo frequentes as rasteiras, pontapés, chapas e cabeçadas.
Tipos de capoeira existem apenas dois a capoeira angola (que é composta pelo jogo de angola, são bento pequeno de angola e são bento grande de angola) e a capoeira regional (que é composta pela benguela a regional e a iuna), o que muda não é o tipo de capoeira, mas sim o jeito de se expressar.

Site consultado: http://www.kimcapoeira.com/capoeira/angola-e-regional/

Curiosidades da Capoeira Angola


É o estilo mais próximo de como os negros escravos jogavam a Capoeira. Caracterizada por ser mais lenta, porém rápida, movimentos furtivos executados perto do solo, como em cima, ela enfatiza as tradições da Capoeira, que em sua raiz está ligada aos rituais afro-Angola
brasileiros, caracterizado pelo Candomblé, sua música é cadenciada, orgânica e ritualizada, e o correto é estar sempre acompanhada por uma bateria completa de 08 instrumentos.
A designação “Angola” aparece com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de “Negros de Angola”, vide ABC da Capoeira Angola escrito pelo Mestre Noronha quando ele cita o Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criado pela nata da capoeiragem baiana no início dos anos 1920. Mestre Pastinha (Vicente Ferrera Pastinha) foi o grande ícone do estilo. Grande defensor da preservação da Capoeira Angola, inaugurou em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA). Dos ensinamentos do Mestre Pastinha foram formados grandes mestres da capoeiragem Angola, a exemplo dos Mestres: João Pequeno, João Grande, Valdomiro Malvadeza, Albertino da Hora, Raimundo Natividade, Gaguinho Moreno, 45, Pessoa Bá-Bá-Bá, Trovoada, Bola Sete, dentre outros que continuam transmitindo seus conhecimentos para os novos angoleiros, como Mestre Morais.
É comum a primeira vista ver o jogo de Angola como não perigoso ou não elaborado, contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos. Por ter uma sistemática estruturada em rituais de aprendizado completamente diferentes da Regional, seu domínio é muito mais complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a teatralização, a mandinga e/ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional.

Site consultado : http://www.kimcapoeira.com/capoeira/angola-e-regional/

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

TRADIÇÃO E CIÊNCIA: O ODÍO PELO PAGANISMO



Trabalho feito para disciplina Introdução á Educação baseado no filme Alexandria

“A raiva estupidifica homens inteligentes, mas os conserva inferiores”
 Elizabeth I

Qualquer dor ou aflição, ou sensação que ela produz; problemas, vexames, tristeza. A sensação ativa provocada contra o agente, paixão, fúria, cólera, ira. Estado inflamatório de qualquer parte do corpo, dor física, esses aspectos que estão relacionados são encontrados nos movimento dos personagens do filme Alexandria, o filme relata a história de Hipátia, filósofa e professora em Alexandria, no Egito entre os anos 355 e 415 A.D.
Única personagem feminina do filme, Hipátia ensina filosofia, matemática e astronomia na Escola de Alexandria, junto à Biblioteca. Resultante de uma cultura iniciada com Alexandre Magno, passando depois pela dominação romana. Alexandria é agitada por ideais religiosos diversos e culturais, o cristianismo, que passou de religião intolerada para religião intolerante, convive com o judaísmo e a cultura greco-romana.
O poder político era representado pelos romanos, que se opunha ao poder político emergente do Cristianismo, pois ele acreditava em deuses e os Cristãos acreditavam e um único deus que seria Jesus cristo. Para Bourdieu e Passeron (1970) a classe dominante seria aquela que dominava economicamente, não só economicamente, como também impõem sua cultura como sendo superior aos dominados que seria a minoria, devido essa imposição de ideais religiosos, surgem os conflitos, entre Pagãos e Cristãos, pois os Cristãos não aceitavam que houvesse outra forma de pensar diferente, e que houvesse mais de um Deus, que para eles era criador de todas as coisas, ou seja, a religião cristã usava a educação e as instituições educacionais para transmitir suas idéias, seus valores e seus costumes, usando em prol dos seus interesses políticos a violência simbólica.
Segundo Bourdieu e Passeron (1970), o poder de violência simbólica impõe significação como legítimas dissimulando as relações de força, essa ação impõem a cultura dominante reproduzindo as relações de poder de um determinado grupo social. Os diferentes grupos religiosos, por exemplo, consideram a educação como importante meio de reprodução de suas idéias, ocorrendo, o aumento do grau de institucionalização, uma maior preocupação na transmissão de seus valores e costumes de forma organizada e formal. (Dias, 2010, pg. 274)
Através desse conflito começa o início da violenta oposição entre a Igreja e o Estado, pelo fato da educação ser representada por uma mulher, que se colocava em uma posição neutra, pois ela acreditava na ciência como uma forma de explicação para a criação do mundo, esta detinha o conhecimento iniciático e científico, e que, além disso, ensinava com brio, no filme Hipátia tornou-se o ponto focal do ódio dos cristãos, podemos ver na frase retirada do filme
"Durante a instrução, a mulher deve manter o silêncio, em completa submissão. Eu não permito à mulher ensinar, nem mandar no homem. Que ela fique em silêncio." (Bíblia, 1 Timóteo 2, 9‐12).
Mediante os vários enfrentamentos entre cristãos e pagãos, os cristãos se apoderam, aos poucos da situação, no decorrer do filme podemos perceber que o líder cristão dominava a cidade e encontra na ligação entre Hipátia o ponto de fragilidade do poder romano, iniciando uma campanha de enfraquecimento da influência de Hipátia, usando as escrituras sagradas para acusá-la de ateísmo e bruxaria.
O filme consegue captar a mais violenta intolerância e opressão que é assustadora, a forma como ele denuncia o desprezo do Cristianismo pela condição feminina e por outras religiões, fazendo apologia a intolerância religiosa, como o paganismo, forçando-os os pagãos a se converterem ao cristianismo. A tensão entre cristãos e pagãos cresceu causando lutas e mortes, os cristãos passaram a dominar o território, e os pagãos ou foram mortos ou obrigatoriamente se converteram ao cristianismo.
Podemos notar que a forma de atuação do cristianismo em nada mudou na atualidade, atualmente vemos um cristianismo diferenciado, hoje um ateu ou um bruxo da religião Wicca, que seria uma religião reformulada na tradição neopagã, tendo seguidores na atualidade, essa é uma religião pagã herdeira das tradições e crenças das comunidades européias anteriores ao cristianismo, a wicca professa a crença em um par divino, chamados a Deusa e o Deus, encarnando princípios da natureza, esse par torna-se doador de vida (Grimassi, 2000).
 Essas pessoas que fazem parte dessa nova religião, na atualidade não são apedrejadas como ocorreu com Hipátia, mais todos sabem que não há aceitação dentro da nossa sociedade cristã, sabemos que o cristianismo para chegar até aqui, passou por caminhos terríveis como, morte, desrespeito, humilhação, intolerância religiosa e social em um período que se estendeu por mais de mil anos de morte em nome de Cristo, desde antes de Hipátia até as cruzadas, tudo isso foi um misto de cristianismo e teorias radicais de igualdade social onde muitos morreram, tendo mais mortes que o holocausto.
No decorrer do filme, podemos perceber que a grande preocupação dos pagãos seria a proteção da biblioteca de Alexandria, ou seja, os livros que foram escritos por vários filósofos daquela época, esses seriam escritos e descoberta cientifica que desmitificava algumas teorias feitas pelo homem ao longo dos séculos.
 Depois que o imperador Teodósio baixou decreto proibindo as religiões pagãs, o bispo de Alexandria Teófilo (385-412 d.C.) determinou a eliminação das seções que haviam sido poupadas por incêndios anteriores, pois as considerava um incentivo ao paganismo.
Logo após da destruição da biblioteca de Alexandria, somente cerimônias cristãs e judaica foram permitidas, os cultos pagãos e cultuar símbolos e imagens de deuses, como também visitas aos templos foram proibidas, e aqueles que desobedecessem ou se quer olhassem alguma estatua referente a religião pagã, esses seriam punidos sem piedade.
Devido a tomada da biblioteca, muitos pagãos se converteram ao cristianismo, Alexandria desfrutou de um período de paz, o império foi dividido em dois cristãos e judeus, muitos cristãos viram essa divisão como final do mundo e decidiram se preparar, tendo uma vida mais “Santa”, os idéias Cristãos tomaram conta de Alexandria.
Alexandria anos depois se viu banhada em sangue, e o ódio voltou a reina, agora entre Cristãos e Judeus, os Cristãos eliminaram os judeus com as acusações, baseadas na escrituras sagradas, onde os judeus mataram cristo e por isso deveriam morrer, os Cristãos alimentavam a teoria de que os judeus eram amaldiçoados por terem matado seu Deus, alienado o resto do povo que seguiam seus ideais Cristãos cegamente.

Referencias

ALEXANDRIA: A coragem de uma mulher mudará o mundo para sempre, filme consultado para a construção do texto.

BOURDIEU, Pierre. PASSERON, C. Jean. A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino. 3 ed. Les Editions de Minuit, França, 1970.

DIAS, Reinaldo. Introdução à sociologia, 2  ed. São Paulo,2010.

GRIMASSI, Raven. Os mistérios wiccanos: antigas origens e ensinamentos. São Paulo: Gaia, 2000

WALTON, Stuart. Uma historia das emoções. Tradução de Ryta Vinagre, Record, pg. 63 à 101.

Principais idéias e conceitos do Artigo: Pesquisa com criança e jovens: algumas reflexões metodológicas


A autora diz que para se fazer uma pesquisa com crianças e jovens compreende uma relação social que tem como parâmetros a desigualdade etária e de conhecimento e, muitas vezes, étnica, de gênero, e de classe social. Daí durante a pesquisa ela tenta definir o conceito de infância e juventude, e de como seria fazer pesquisa sobre o tema com a participação desses jovens. Para entender esse universo, a autora buscou na literatura alguns dos principais autores na área do conhecimento. Começando a fala sobre as primeiras pesquisas sociológicas sobre o tema em questão, no Brasil essas surgiram na década de 1970, os especialistas faziam uma discussão sobre crianças institucionalizadas; trabalho infantil; criança de rua e etc. Já as pesquisas antropológicas surgiram na década de 1980, tendo vários debates sobre crianças indígenas, afro-brasileiras e moradoras de favela. Sendo essas pesquisas esclarecedoras das condições de vida e problemas sociais enfrentados pelas crianças do país.
A autora vai apontando ao longo do artigo, como foi se desenvolvendo as pesquisas nessa área de infância e juventude ao longo das décadas, com a ajuda da psicologia e educação, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) filiada a Organização das Nações Unidas (ONU), ajudaram para o desenvolvimento de políticas publicas para a erradicação do trabalho infantil. Em seguida a autora mostra que e importante ouvir aos atores envolvido na pesquisa, pois eles são agentes sociais e não seres passivos são sujeitos falantes e atuantes, que vivem experiências com seu próprio ponto de vista sobre o mundo em que vivem.
Mostra também que o conceito de criança e juventudes, são construções sociais, ou seja, ganham saberes práticos daquilo que é “criança”, no tipo de sociedade em que estão posicionando “como crianças”, impostas pelos pais desde seu nascimento, através do processo de socialização.
Nesse artigo, a autora faz uma discussão dos autores para falar dos conceitos que definiram ao longo das décadas o que seria infância e juventude, utilizando vários autores como Norbert Elias; Philippe Ariés, que vão discutir o conceito de criança, e os autores como Jean-Claude; Giovanni Levi que discutem o conceito de juventude como sendo uma construção social, e que juventude varia de acordo com suas gerações e décadas, e que existe varias juventudes.
A orientação teórica metodolica fundamental que busquei foi baseada nos Arquivos Brasileiros de Psicologia “Subvertendo o conceito de adolescência”. Segundo Coimbra (2005, p.11), juventude é um conceito que pode ser visto como uma construção social, assim como pode também ser capturado e instituído. Dessa forma, “o conceito de juventude nos faz pensar no sujeito como um ser constituído e atravessado por fluxos, devires, multiplicidades e diferenças”. Outro conceito sobre juventude foi buscado nos “Anais do XIII Congresso Brasileiro de Sociologia. Recife, Juventude e Escola: Reflexões sobre o Ensino da Sociologia no ensino médio”, onde Dayrell (2007, p.4) diz que o termo juventude começou a ser categorizado recentemente no inicio do século XX, por se tratar de uma categoria socialmente recentemente construída, ela se manifesta de modos diferente de acordo com o momento em que a sociedade passa. Não se pode dizer que existe uma juventude, mais várias juventudes como pode ser percebido na citação a seguir:

“(...) a juventude é uma categoria socialmente construída. Ganha contornos próprios em contexto históricos, sociais distintos, e é marcada pela diversidade nas condições sociais (...), culturais (...), de gênero e até mesmo geográficas, dentre outros aspectos. Além de ser marcada pela diversidade a juventude é uma categoria dinâmica, transformando-se de acordo com as mutações sociais que vem ocorrendo ao longo da história. Na realidade, não há tanto uma juventude e sim jovens, enquanto sujeito que a experimentam  e sentem segundo determinado contexto sociocultural onde se insere”(DAYRELL 2007 p.4).


Para Bourdieu (1984, p. 144-45), a fronteira entre juventude e maturidade é, em todas as sociedades, um jogo de lutas, na medida em que as divisões, seja em classes de idade, seja em gerações, são variáveis e um jogo de manipulações; quer dizer, não são dadas, são construídas socialmente. Segundo esta perspectiva teórica, a idade é um dado biológico socialmente manipulado e manipulável, e o fato de falar de jovens como de uma unidade social, de um grupo constituído, dotado de interesses comuns, e transferir estes interesses a uma idade definida biologicamente constitui uma manipulação evidente. Para o autor, seria necessário, ao menos, analisar as diferenças entre as juventudes, pois elas se formam segundo as diferentes espécies de capital  escolar, cultural, econômico, relacional, etc. de que eles usufruem. Este capital, colocado em jogo, vem regular, senão determinar, a condição de jovem.

Referencia

BOURDIEU, P. Questions de sociologie. Paris: Éditions de Minuit, 1984.

COIMBRA, C. BOCCO, F. NASCIMENTO, M. Subvertendo o conceito de adolescência. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 57, n. 1, 2005. P. 2-11.

DAYRELL, Juarez e REIS, Juliana Batista. Juventude e Escola: Reflexões sobre o Ensino da Sociologia no ensino médio. Anais do XIII Congresso Brasileiro de Sociologia. Recife 2007.

KOSMINSKY, V. Ethel. Pesquisa com criança e jovens: algumas reflexões metodológicas. SBS Congresso Brasileiro de Sociologia. GT 22- Sociologia da Infância e Juventude.

Poesia na sociologia

O Samba do Operário

Se o operário soubesse
Reconhecer o valor que tem seu dia
Por certo que valeria
Duas vezes mais o seu salário
Mas como não quer reconhecer
É ele escravo sem ser
De qualquer usurário
Abafa-se a voz do oprimido
Com a dor e o gemido
Não se pode desabafar
Trabalho feito por minha mão
Só encontrei exploração
Em todo lugar.

Através da analise da musica do nosso grande Cartola, podemos observar que "O Samba  do Operário", mostra as condições de trabalho no sistema capitalista, o operário  que vivem em péssima condições de trabalho, são explorados pelos donos dos meios  produção, ocorrendo uma luta de classe entre capital e proletários,nessa relação quem ganha e o capital, pagando menos que o trabalhando merece e tendo uma grande lucratividade.

Mundo Enganador


Oi vivemos aqui nessa terra
Lutando pra sobreviver
O Lugar onde poucos têm muito
E muito sem ter o que comer
Olhando isso eu fico triste
Me pergunto qual é a solução?
Estou feliz por ter a capoeira
Como forma de expressão
Capoeira é uma arte
E arte é obra de Deus
Nesta terra eu não tenho muito 
Mas tudo que eu tenho foi Deus que me deu 
Eu tenho um canarinho cantador
Berimbau afinado e um cavalo chotão
E um carinho da morena faceira que me deu
Seu amor e o menino chorão
Ah! Meu Deus quando eu partir
Desse mundo enganador
Pra meu filho eu deixarei
Uma coisa de valor
Não é dinheiro, não é ouro, não é prata.
É um berimbau maneiro que eu ganhei do meu Mestre
Meu berimbau que toca Iúna e benguela
Toca paz, e toca guerra e toca até chula de amor.
Não é dinheiro, não é ouro, não é prata.
É um berimbau maneiro que eu ganhei do meu Mestre
Ah! Meu Deus quando eu partir
Desse mundo enganador
Pra meu filho eu deixarei
Uma coisa de valor 
Não é dinheiro, não é ouro, não é prata.
É um berimbau maneiro que eu ganhei do meu Mestre
Meu berimbau que toca Iúna e benguela
Toca paz, e toca guerra e toca até chula de amor.
Não é dinheiro, não é ouro, não é prata.
É um berimbau maneiro que eu ganhei do meu Mestre.

Autor: Mestre Barrão

Decreto ameaça o célebre Bar do Parque, em Belém


A proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas na área de entorno do Complexo da Praça da República, formado pela própria praça e ainda pelas praças João Coelho e da Sereia, prevista em um anexo do decreto (número 67.961/2011, de 3 de outubro de 2011), assinado pelo prefeito Duciomar Costa (PTB), publicado na edição do dia 9 de dezembro do Diário Oficial do Município, ameaça o funcionamento do célebre Bar do Parque.

O espaço é citado no artigo 6º: 'O funcionamento do quiosque da Praça da República, conhecido como ‘Bar do Parque’, obedecerá às normas e princípios descritas nas legislações constantes do artigo 1º deste Decreto', sendo que o artigo 1º prevê que 'o planejamento, a organização e a racionalização do uso, com sustentabilidade (...) para o exercício de atividades econômicas, sociais e culturais, obedecerá ao disposto neste Decreto, de acordo com as normas e princípios do Código de Posturas e Plano Diretor do Município de Belém, da Lei municipal no 7.862, de 30 de dezembro de 1997, da Lei federal nº 10.257, de 10 de julho de 2011, (Estatuto das Cidades), da Lei federal no 12.305, de 02 de agosto de 2010, (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e, sem prejuízo das exigências previstas em leis especiais'. Logo em seguida, o item VI do artigo 7º anuncia que é proibido 'vender ou consumir bebida alcoólica no Complexo da Praça da República ou em seu entorno'.

'Nunca vi tentarem proibir a venda de bebida. Quando falaram em fechar o quiosque, até a imprensa se meteu para não deixar', lembra o funcionário Manoel Bruno Gaia, que trabalha no Bar do Parque desde 1974. 'Sei que aí na praça não pode vender (bebida) mesmo, e não vendem. Geralmente servimos a bebida no copo de vidro, mas aos domingos, a pedido da Secon (Secretaria Municipal de Economia), nós servimos tudo em copo de plástico, porque o movimento de crianças é muito grande', relata. Ele contou não saber sobre a publicação ou sequer existência de tal decreto, mas acredita que se eventualmente houver uma proibição da venda de bebidas alcoólicas estendida ao Bar do Parque, o tradicional ponto não conseguirá manter seus onze funcionários ou mesmo sobreviver.

O ex-vendedor de jornais Raimundo Moraes, 81 anos, não sabe dizer quando começou a frequentar o Bar do Parque para tomar a 'cervejinha do dia' antes de ir para casa. 'Venho há tantos anos que não me lembro, mas tem mais de 50 anos. Espero que não proíbam a venda de cerveja, vai quebrar uma tradição', afirma.

>>>>Cleides Antônio Amorim. O professor de Antropologia da Universidade Federal do Tocantins foi assassinado na última quarta-feira (4/01) com uma facada no peito. Amorim foi vítima de um homofóbico, pois, antes de agredir Amorim, o assassino Gilberto Afonso de Sousa teria deixado claro que não gostava de homossexuais.

http://nigs.paginas.ufsc.br/2011/12/30/ola-mundo/

CARDOSO, de Oliveira, Roberto. O trabalho do Antropólogo: Olhar, Ouvir, Escrever. 2 ed. 2006.


Roberto Cardoso de Oliveira, no seu livro “O trabalho do Antropólogo”, faz uma discrição do que seria o trabalho do Antropólogo, destacando três partes importantes para profissão, que seria a etnografia que incluir o olhar, ouvir e o escrever de um pesquisador.
Cardoso  fala da vivencia do pesquisador no campo de sua pesquisa, seria necessário ter um olhar apurado da realidade social, para isso e necessário o estudo sobre o tema em questão, ou seja, estudos dos teóricos, esse seria o primeiro passo para que haja uma descrição densa do objeto de pesquisa.
O segundo passo seria o ouvir do pesquisador, tanto o ouvir como o olhar são  importantes, ambos se completam, servido para eliminar todos os ruídos que ficou durante a observação, ou seja, saber tirar informação dos entrevistados, pois durante a observação de campo, não podemos eliminar todas as duvidas que ficam, por isso seria  necessário novas metodologias, como a entrevistas para ajudar na delimitação do tema, e a pesquisa participante, onde o pesquisador passa a viver a realidade.
O terceiro seria o escrever,  passar para o papel todo o que foi colhido no campo, ou seja, organizar o que foi escrito no caderno de campo, transformando em um texto coerente.

DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. Lisboa: Edições 70, editora perspectiva, p.57-74, 1991.


Mary Douglas, no seu livro “Pureza e perigo”, faz uma analise da Antropologia Social, tendo sua linha de analise refletida na herança de E. Durkheim. A autora tenta fazer a compreensão e explicação do que seria puro e impuro através da analise de rituais em vários povos e suas culturas, ela usa como exemplo as religiões Judaica e Cristã, fazendo uma breve analise da bíblia conhecida como levítico(velho testamento).
Em seguida  mostra vários conjuntos de rituais que pretende conduzir os adeptos da pureza espiritual, utilizando os alimentos como sendo puros e impuros para cada religião, usando a explicação do que seria puro/impuro, limpo/sujo, contagio/purificação, ordem/desordem, através dos tipos de alimentação, habitat de cada animal a ser consumido, aparecia de cada animal.
 A religião acaba sendo o tema central, onde a autora faz a analise das sociedades de heranças Judaica e Cristã, indicando como esse sistema e fornecedor de sentido para a experiência social e para o estabelecimento das redes de sociabilidade.


FRANCO, C. de Silva Maria. Homens livres na Ordem Escravocrata.


A autora explica como se procedeu  a formação histórica da sociedade brasileira, então ela utiliza da perguntas como: Qual o significado do trabalho escravo na produção colonial moderna?
Ao longo do texto, Franco faz a comparação entre as condições antiga de escravidão, com as condições modernas, usando no seu artigo o exemplo do campesinato, utilizando-se da categoria “caipira”, para os indivíduos que vivem no meio rural.
Maria Silvia de Carvalho Franco, fala do homem moderno “livre”, que foi expropriado da nova relação de trabalho, e não foi integrado à produção mercantil, destituído dos meios de produção, ou seja, os homens do campo.
Durante o decorrer do texto, a autora coloca a questão da violência como sendo um ponto de partida Histórico, que em todos os momentos da vida social do individuo  ela está presente, ela trabalha as relações sociais, como sendo produto das formas de socialização do ser, fazendo com que o autor reflita sobre a importância desses valores nesse processo de socialização. A autora utiliza testemunhos para explicar o comportamento do individuo do meio rural, usando relatos de conflitos que ocorreu entre vizinhos, conflitos nas relações de trabalho (mutirões), conflito dentro da família (parentesco), e como esses conflitos são importantes para a constituição da moralidade, fazendo ao mesmo tempo uma analise do capitalismo e suas etapas, etapas que afetam a vida dentro das comunidades e sua organizações sociais da sociedade Brasileira.

GT 2 - Democracia, violência e conflitos sociais Coordenadores: César Barreira (UFC) Luiz Fábio S. Paiva (UFAM), Marisol de Paula Reis (UFAC) Daniel Brito (PPGCS-UFPA)

Trabalho publicado no 2º Encontro da Sociedade Brasileira de Sociologia


JUVENTUDE, VIOLÊNCIA E SOCIABILIDADE: NOVAS
CONFIGURAÇÕES DO ESPAÇO RURAL NO NORDESTE
PARAENSE?
                        
Resumo
A pesquisa está sendo realizada no Nordeste Paraense, mais exatamente, em
um assentamento denominado Itabocal,  na  comunidade de Santa Ana. A
comunidade possui uma população de 105 famílias. No passado as famílias
viviam do roçado, no entanto hoje a maior parcela da população possui
ocupações secundárias, abandonaram o roçado para exercerem profissões
ligadas a ao serviço público.  Hoje os filhos não se dedicam mais as atividades
da roça, pois existem outras formas de sobrevivência, os pais colocam seus
filhos para estudar, com o objetivo de obter melhores condições de vida. Diante
dessa nova configuração do espaço, existem relatos que apontam a escola não
como um lugar de aprendizagem, mas como local onde a juventude entra em
contato com a violência e uso de drogas. Sabe-se que o espaço rural é
configurado por um nível de sociabilidade intenso. No entanto, esse sentimento
pode ocasionar o abalo dessa intensa sociabilidade? A hipótese norteadora é
que esse novo fenômeno compromete  o sentimento de comunidade,
referendado no  pertencimento a um  lugar seguro.  A pesquisa baseia-se em
dados parciais extraídos de aplicação de questionários, relatos informais e
observação direta. Até agora os resultados demonstram  que os novos estilos
de vida, têm afetado a sociabilidade dos jovens que reagem  ao modelo
tradicional, conformando em julgamentos de juízo de valor e desmantelamento
do espírito comunitário.

Palavras chave: Juventude; Violência; Sociabilidade; Novos estilos de vida;
Educação tradicional

Obs: Trabalho completo no Site do SBS

Professor Dinho e Mestre Tucano Preto

Contra mestre Dinho Cavalo Branco-meu professor de capoeira
1°Pará fest de capoeira: Capanema, Pará 1 evento que juntou convidados de todos os estados.SP,PI,MA,CE,E OUTROS ESTADOS.

Capoeira, Identidade e Diversidade: Resistência no século XXI


A capoeira, desde seus primórdios, sempre se caracterizou por ser uma prática em que a diversidade foi sua marca principal. Constituída no Brasil a partir de elementos provenientes de danças, lutas e rituais de diferentes regiões da África, é fato também que incorporou muitos outros elementos presentes aqui no Brasil, vindos da cultura indígena e da própria cultura européia, através dos imigrantes pobres e marginalizados que viviam por aqui e compartilhavam desse mesmo universo da capoeiragem. Portanto, falar em capoeira, obrigatoriamente nos faz pensar em diversidade, a capoeira foi se desenvolvendo de forma diversificada em várias partes do Brasil, com suas especificidades e formas diferentes de se manifestar, devido sua expansão ela foi adquirindo características diversas em cada local onde se instalou, colhendo varias etnia, gênero, classe social, faixa etária, ideologia política, credo religioso etc, e talvez seja essa a sua maior contribuição no mundo atual: ensinar a convivência entre os diferentes e o respeito às diferenças, sendo esta herança da cultura afro-brasileira devido à luta pela libertação do negro escravo no Brasil,sua resistência enquanto manifestação popular responsável pela construção e reconstrução cotidiana da identidade cultural de seus praticantes sendo um instrumento de afirmação de identidades afro-descendentes e também serve de instrumentos de recuperação da auto-estima de jovens em situação de risco no Brasil e em várias partes do mundo.