sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Principais idéias e conceitos do Artigo: Pesquisa com criança e jovens: algumas reflexões metodológicas


A autora diz que para se fazer uma pesquisa com crianças e jovens compreende uma relação social que tem como parâmetros a desigualdade etária e de conhecimento e, muitas vezes, étnica, de gênero, e de classe social. Daí durante a pesquisa ela tenta definir o conceito de infância e juventude, e de como seria fazer pesquisa sobre o tema com a participação desses jovens. Para entender esse universo, a autora buscou na literatura alguns dos principais autores na área do conhecimento. Começando a fala sobre as primeiras pesquisas sociológicas sobre o tema em questão, no Brasil essas surgiram na década de 1970, os especialistas faziam uma discussão sobre crianças institucionalizadas; trabalho infantil; criança de rua e etc. Já as pesquisas antropológicas surgiram na década de 1980, tendo vários debates sobre crianças indígenas, afro-brasileiras e moradoras de favela. Sendo essas pesquisas esclarecedoras das condições de vida e problemas sociais enfrentados pelas crianças do país.
A autora vai apontando ao longo do artigo, como foi se desenvolvendo as pesquisas nessa área de infância e juventude ao longo das décadas, com a ajuda da psicologia e educação, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) filiada a Organização das Nações Unidas (ONU), ajudaram para o desenvolvimento de políticas publicas para a erradicação do trabalho infantil. Em seguida a autora mostra que e importante ouvir aos atores envolvido na pesquisa, pois eles são agentes sociais e não seres passivos são sujeitos falantes e atuantes, que vivem experiências com seu próprio ponto de vista sobre o mundo em que vivem.
Mostra também que o conceito de criança e juventudes, são construções sociais, ou seja, ganham saberes práticos daquilo que é “criança”, no tipo de sociedade em que estão posicionando “como crianças”, impostas pelos pais desde seu nascimento, através do processo de socialização.
Nesse artigo, a autora faz uma discussão dos autores para falar dos conceitos que definiram ao longo das décadas o que seria infância e juventude, utilizando vários autores como Norbert Elias; Philippe Ariés, que vão discutir o conceito de criança, e os autores como Jean-Claude; Giovanni Levi que discutem o conceito de juventude como sendo uma construção social, e que juventude varia de acordo com suas gerações e décadas, e que existe varias juventudes.
A orientação teórica metodolica fundamental que busquei foi baseada nos Arquivos Brasileiros de Psicologia “Subvertendo o conceito de adolescência”. Segundo Coimbra (2005, p.11), juventude é um conceito que pode ser visto como uma construção social, assim como pode também ser capturado e instituído. Dessa forma, “o conceito de juventude nos faz pensar no sujeito como um ser constituído e atravessado por fluxos, devires, multiplicidades e diferenças”. Outro conceito sobre juventude foi buscado nos “Anais do XIII Congresso Brasileiro de Sociologia. Recife, Juventude e Escola: Reflexões sobre o Ensino da Sociologia no ensino médio”, onde Dayrell (2007, p.4) diz que o termo juventude começou a ser categorizado recentemente no inicio do século XX, por se tratar de uma categoria socialmente recentemente construída, ela se manifesta de modos diferente de acordo com o momento em que a sociedade passa. Não se pode dizer que existe uma juventude, mais várias juventudes como pode ser percebido na citação a seguir:

“(...) a juventude é uma categoria socialmente construída. Ganha contornos próprios em contexto históricos, sociais distintos, e é marcada pela diversidade nas condições sociais (...), culturais (...), de gênero e até mesmo geográficas, dentre outros aspectos. Além de ser marcada pela diversidade a juventude é uma categoria dinâmica, transformando-se de acordo com as mutações sociais que vem ocorrendo ao longo da história. Na realidade, não há tanto uma juventude e sim jovens, enquanto sujeito que a experimentam  e sentem segundo determinado contexto sociocultural onde se insere”(DAYRELL 2007 p.4).


Para Bourdieu (1984, p. 144-45), a fronteira entre juventude e maturidade é, em todas as sociedades, um jogo de lutas, na medida em que as divisões, seja em classes de idade, seja em gerações, são variáveis e um jogo de manipulações; quer dizer, não são dadas, são construídas socialmente. Segundo esta perspectiva teórica, a idade é um dado biológico socialmente manipulado e manipulável, e o fato de falar de jovens como de uma unidade social, de um grupo constituído, dotado de interesses comuns, e transferir estes interesses a uma idade definida biologicamente constitui uma manipulação evidente. Para o autor, seria necessário, ao menos, analisar as diferenças entre as juventudes, pois elas se formam segundo as diferentes espécies de capital  escolar, cultural, econômico, relacional, etc. de que eles usufruem. Este capital, colocado em jogo, vem regular, senão determinar, a condição de jovem.

Referencia

BOURDIEU, P. Questions de sociologie. Paris: Éditions de Minuit, 1984.

COIMBRA, C. BOCCO, F. NASCIMENTO, M. Subvertendo o conceito de adolescência. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 57, n. 1, 2005. P. 2-11.

DAYRELL, Juarez e REIS, Juliana Batista. Juventude e Escola: Reflexões sobre o Ensino da Sociologia no ensino médio. Anais do XIII Congresso Brasileiro de Sociologia. Recife 2007.

KOSMINSKY, V. Ethel. Pesquisa com criança e jovens: algumas reflexões metodológicas. SBS Congresso Brasileiro de Sociologia. GT 22- Sociologia da Infância e Juventude.

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